sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Funções da linguagem

Intencionalidade discursiva

Todo ato de comunicação envolve sempre seis componentes essenciais:
1. O locutor (emissor) – Aquele que diz algo a alguém;
2. O interlocutor (receptor) – Aquele com quem o locutor se comunica;
3. A mensagem (texto) – O que foi transmitido entre os interlocutores;
4. O código (língua) – A convenção social que permite ao interlocutor compreender a mensagem;
5. O canal ou contato (som, ar, tel., TV...) – Meio físico que conduz a mensagem ao receptor;
6. O referente ou contexto – O assunto da mensagem.
Intencionalidade discursiva são as intenções, explícitas ou implícitas, existentes na linguagem dos interlocutores que participam de uma situação comunicativa.


Funções da linguagem


A linguagem desempenha determinada função, de acordo com a ênfase que se queira dar a cada um dos componentes do ato da comunicação. Desse modo, assim como são seis os componentes do ato de comunicação, são seis as funções que a linguagem pode assumir:
1. Função Emotiva (ou expressiva) – Ocorre quando o locutor ou emissor é posto em destaque. (Utiliza pronomes em 1ª pessoa, interjeições, reticências etc.)
2. Função Conativa (ou apelativa) – Ocorre quando o interlocutor ou receptor é posto em destaque. (Tenta convencer ou estimular o receptor a fazer algo)
3. Função Referencial – Ocorre quando o referente (ou contexto) é posto em destaque. (O objetivo é informar. São textos jornalísticos, científicos e didáticos.)
4. Função Metalinguística – Ocorre quando o código é posto em destaque. (O código da língua é utilizado para explicar a si mesmo. Ex.: Dicionário.)
5. Função Fática – Ocorre quando o canal é posto em destaque. As situações onde isso mais ocorre são: No elevador, ao telefone...
6. Função Poética – Ocorre quando a própria mensagem é posta em destaque. Procura chamar a atenção do “leitor” para a estrutura, o modo como a mensagem foi organizada. Ocorre principalmente em textos literários, tanto em prosa quanto em verso.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sujeito

Sujeito

Em análise sintática, o sujeito é um dos termos essenciais da oração, responsável por realizar ou sofrer uma ação ou estado.
Segundo uma tradição iniciada por Aristóteles, toda oração pode ser dividida em dois constituintes principais: o sujeito e o predicado.
Para os verbos que denotam ação, freqüentemente o sujeito da voz ativa é o constituinte da oração que designa o ser que pratica a ação e o da voz passiva é o que sofre suas conseqüências. Sob outra tradição, o sujeito (psicológico) é o constituinte do qual se diz alguma coisa. Segundo Bechara, "É o termo da oração que indica a pessoa ou a coisa de que afirmamos ou negamos uma ação ou qualidade".
Exemplos
O menino brinca. - Os meninos brincam.
O livro é bom. - Os livros são bons.
Didaticamente, fazemos uma pergunta para o verbo: Quem é que? ou Que é que? ― e teremos a resposta; esta resposta será o sujeito.
"O menino brinca." Quem é que brinca? O menino. Logo, o menino é o sujeito da frase.
"O livro é bom." Que é que é bom? O livro. Logo, o livro é o sujeito da frase.
Tipos de Sujeito
O sujeito pode ser, segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), classificado em simples, composto, indeterminado, desinencial ou implícito e inexistente. Nesse último caso, temos o que se convencionou chamar de oração sem sujeito.

1. Sujeito simples
É o sujeito que tem apenas um núcleo representativo. Aumentar o número de características a ele atribuídas não o torna composto. Exemplos de sujeito simples (o sujeito está em negrito):
Maria é uma garota bonita.
A pequena criança parecia feliz com seu novo brinquedo.
Ivana é chata.

2. Sujeito composto
É aquele que apresenta mais de um núcleo representativo, escrito na oração.
Pedro e Paulo são amigos.
Paula e Carla fizeram compras no sábado.
Bruna e Michelle trabalham juntas.
O sujeito também pode vir depois do verbo:
Saíram Pedro e Paulo.
Saiu Pedro e Paulo.
Note que, no segundo caso, o verbo "saiu" concorda com o sujeito "Pedro", mais próximo a ele. Isso é permitido apenas quando o sujeito composto está posposto ao verbo; chama-se concordância atrativa.

3. Sujeito desinencial, implícito, oculto, elíptico ou subentendido
Sujeito oculto,
elíptico ou desinencial é aquele que não vem expresso na oração, mas pode ser facilmente identificado pela desinência do verbo.
Fechei a porta.
Quem abriu a porta?
Apesar do sujeito não estar expresso, pode ser identificado na oração: Fechei a porta Eu. E na frase Quem abriu a porta?, o identificado é ele.
Obs.: As classificações do sujeito, em Língua Portuguesa, são apenas três: simples, composto e indeterminado. Dar o nome de Sujeito desinencial, elíptico ou implícito não equivale a classificar o sujeito, mas somente determinar a forma como o sujeito simples se apresenta dentro da estrutura sintática. No mais, a classificação Sujeito Oculto foi abolida, por questões técnico-formais e lingüistico-gramaticais, passando a denominar-se Sujeito Simples Desinencial, uma vez que se pode determiná-lo através dos morfemas lexicais terminativos das formas verbais, situação na qual, para indicar que o sujeito se encontra elíptico usa a forma pronominal reta equivalente à pessoa verbal entre parênteses. Assim, na estrutura sintática: "Choramos todos os dias", para indicar o sujeito simples subentendido na forma verbal, colocamo-lo entre parênteses da seguinte forma: (Nós)= Sujeito Simples Desinencial.

4. Sujeito indeterminado
Sujeito indeterminado é o que não se nomeia ou por não se querer ou por não se saber fazê-lo. Podemos dizer que o sujeito é indeterminado quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem executa a ação ou por não haver interesse no seu conhecimento. Aparecerá a ação, mas não há como dizer quem a pratica ou praticou.

Há três maneiras de identificar um sujeito indeterminado:
a) O verbo se encontra na 3ª pessoa do plural.
Dizem que eles não vão bem.
Estão chamando o rapaz...
Disseram que ele morreu.

b) Com um Verbo Transitivo Indireto, somente na 3ª pessoa do singular, mais a partícula se.
Precisa-se de livros. (Quem precisa, precisa de alguma coisa → verbo transitivo indireto)
Necessita-se de amigos. (Quem necessita, necessita de alguma coisa → verbo transitivo indireto)
A palavra se é um índice de indeterminação do sujeito, pois não se pode dizer quem precisa ou quem necessita.
Cuidado! Caso você encontre frases com Verbo Transitivo Direto:
Compram-se carros. (Quem compra, compra alguma coisa → verbo transitivo direto)
Vende-se casa. (Quem vende, vende alguma coisa → verbo transitivo direto)
Não se caracteriza sujeito indeterminado, pois nos casos de VTD, a partícula "se" exerce a função de partícula apassivadora e a frase se encontra na voz passiva sintética. Transpondo as frases para a voz passiva analítica, teremos:
Carros são comprados (sujeito: "Carros");
Casa é vendida (sujeito: "Casa").

c) Com um Verbo Intransitivo, somente na 3ª pessoa do singular, mais a palavra se, índice de indeterminação do sujeito.
Vive-se feliz, aqui.
Aqui se dorme muito bem.

5. Orações Sem Sujeito
Observação: Dar o nome de Oração sem Sujeito (OSS) não se constitui, formalmente, da classificação do sujeito, mas da oração enquanto estrutura lingüística desprovida de sujeito.
Há verbos que não têm sujeito, ou este é nulo. A língua desconhece a existência de sujeito de tais verbos. Uma oração é sem sujeito quando o verbo está na terceira pessoa do singular, sobretudo os seguintes:

a) Com os verbos que indicam fenômenos da natureza, tais como anoitecer, trovejar, nevar, escurecer, chover, relampejar...
· Trovejou muito.
· Chove muito no Amazonas.
OBS: Esses mesmos verbos têm sujeito quando são utilizados em sentido figurado.

b) Com o verbo haver, significando existir, realizar, acontecer.
Ainda há amigos.
Haverá aulas amanhã.
Há dois dias que não durmo.

c) Com os verbos fazer, haver e estar indicando tempo, decorrido ou não.
Está quente esta noite.
Faz dez anos que não o vejo.
Faz calor terrível no verão.
Está na hora do recreio.

d) Com o verbo ser indicando tempo.
Era uma vez.
Foi em janeiro.

e) Com os verbos ir, vir e passar indicando tempo.
Já passa de um ano... .
Já passa das cinco horas.
Observação importante: existem advérbios que exercem claramente a função sintática de sujeito, a qual é própria de substantivos.
Amanhã é feriado nacional. (O dia de amanhã...)
Aqui já é Vitória (Este lugar...)
Nota: Oração Sem Sujeito também pode ser chamada de OSS.


Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Sujeito"

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Pronomes I

Pronome

Os pronomes constituem a classe de palavras categoremáticas, ou seja, são palavras cujo significado é apenas categorial, sem representar nenhuma matéria extra-lingüística. A análise de um pronome em isolado não permitiria identificar nele um significado léxico dentro de si mesmo, pois seu significado na frase ocorre de acordo com a situação ou outras palavras do contexto.
Assim, o pronome adquire sua classe de acordo com sua função na frase, de acordo com a coesão textual, e por isto os pronomes são substantivos, adjetivos, ou adjuntos. Todavia, ao contrário dessas classes de palavras, o pronome não aceita sufixos aumentativos, diminutivos, e superlativos tais como ão, zão, inho, íssimo, etc, no que são semelhantes aos numerais.
Essencialmente, um pronome é uma única palavra (ou raramente uma forma mais longa), que funciona como um sintagma nominal completo.

A semântica caracteriza o pronome por indicar algo, caracteriza-o como dêixes;
dêixes quer dizer apontar para, pois se formos observar, o pronome atua na frase remetendo a algo dentro dela, ou em seu exterior, apontando e se referindo a outros elementos do contexto, situação, discurso.
O pronome (dêixes) divide-se primeiramente em três tipos, de acordo com essa idéia de referência, dêixes ad oculos, dêixes anafórica, dêixes catafórica. Todos estes tipos indicam a condição do pronome em relação aos falantes do discurso.
• Dêixes Ad Oculos: O dêixes ad Oculos é situacional, um pronome com dêixes situacional aponta para um elemento que está presente para o(s) falante(s).

É óbvio que isto é melhor que aquilo!

Na frase sugerida como exemplo, os pronomes substantivos isto e aquilo não se referem aparentemente a qualquer substântivo em específico, pois apontam para algo que apenas durante o enunciado seria possível conhecer, que estaria presente apenas na enunciação.
• Dêixes Anafórica: Um pronome com dêixes anafórica aponta para um elemento que foi dito ao longo da frase, e que pode ser encontrado através de coesão textual.

Fui professora durante minha juventude, mas já não o sou agora.

Na frase sugerida como exemplo, o pronome demonstrativo O remete no caso à profissão de professor do sujeito da frase, já citada anteriormente.
• Dêixes Catafórica: A dêixes catafórica aponta para um elemento que ainda não foi citado no discurso, ou mesmo que não presente dentro dele.

Farei-o, libertarei o Brasil do domínio português.

Na frase sugerida como exemplo, o pronome demonstrativo O , que é alvo da ação verbal, faz referência ao ato de libertar o Brasil, uma ação que é enunciada apenas após a aparição do pronome.
• Dêixes em Fantasma: Há um quarto tipo de dêixes estabelecido por K. Brugmann e que se encaixaria no primeiro e no terceiro tipo de dêixes, seria um quarto tipo especial intitulado como Dêixes em Fantasma. A dêixes em fantasma aconteceria em uma conversa hipotética em que o falante transporta o ouvinte a um cenário de fantasia e no qual usa pronomes para apresentar ao ouvinte os supostos elementos ali dispostos. Embora tenha valor dentro de uma consideração psicológica, normativamente não há diferença real, é mais prático ter a Dêixes em Fantasma encaixada nas outras duas categorias.
É ainda de acordo com a semântica que os pronomes classificam-se em vários tipos: pessoais, possessivos, demonstrativos (incluindo nesta classificação também o artigo definido de acordo com o o caso), indefinidos (incluindo nesta classificação também o artigo indefinido de acordo com o o caso), interrogativos, e relativo. Alguns pronomes são:mim, ti, ele, ela, si, nós, vós, eles, elas
Pronome Substantivo e Pronome Adjetivo
Como já foi observado, um pronome aponta para algum elemento do enunciado, e localiza este elemento (objeto-substantivo) dentro do enunciado. Quando ele faz referência a um elemento que surge explicito no enunciado, é um pronome adjetivo ou adjunto; quando porém, ele faz referência a um elemento que não foi citado, e é encaixado no lugar dele, então caracteriza-se como pronome substantivo ou absoluto.

Pronome pessoal: Pessoais Retos e Pessoais Oblíquos
Os pronomes pessoais apontam sempre para as duas pessoas do enunciado (Eu, Tu, Nós, Vós) e para a terceira pessoa não inserida no enunciado, que alguns gramáticos chamam por isto de não-pessoa, e que é a terceira pessoa do plural e também do singular (Ele, Ela, Eles, Elas). Deve-se compreender que quando elas são chamadas assim, é por se referirem a elas no enunciado, mas não o construirem, participarem dele.
Os pronomes pessoais dividem-se em retos e oblíquos, os pronomes retos são Eu, Tu, Ele, Ela, Nós, Vós, Eles, Elas, e funcionam sujeito. É importante ver que cada pronome pessoal reto possui seus respectivos pronomes pessoais oblíquos, e por sua vez os pronomes pessoais oblíquos se dividirão em átonos (fracos) e tônicos (fortes), sendo que cada pronome tônico vem sempre atrelado a uma preposição.
Pronomes pessoais
Pessoa Pronome pessoal reto Pronome pessoal oblíquo
Átonos Tônicos
Singular1ª Eu me mim, comigo
2ª Tu te ti, contigo
3ª Ele, ela se, lhe, o, a si, consigo, ele, ela
Plural 1ª Nós nos nós, conosco
2ª Vós vos vós, convosco
3ª Eles, elas se, lhes, os, as eles, elas, si, consigo

A) Pronomes Pessoais Oblíquos Tônicos com preposições atreladas:
• Os nossos sonhos estão perdidos de nós mesmos.
• Os homens todos perdem quando dois deles brigam entre si.
• Sei o que cabe a mim fazer.

Pronome Oblíquo Reflexivo
Quando é usado o pronome oblíquo reflexivo, isto quer dizer que a ação da oração recai sobre o próprio sujeito que a praticou. Observando isto de forma mais técnica, a reflexividade é quase uma inversão da norma, por que com ela não há a transitividade verbal de um alvo A para um alvo B, o verbo é praticado por A e reflete sobre A.
• Eu me demorei escrevendo este artigo!
• Ele se matou hoje pela manhã.
• Eu não me vanglorio disso. (O 'me' poderia referir-se a que outro 'eu'?)
• Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi.
• Assim tu te prejudicas. (Mesma coisa com o 'te')
• Conhece-te a ti mesmo.
• Lavamo-nos no rio.
• Vós vos beneficiastes com a Boa Nova.

Pronome Oblíquo Recíproco
Trata-se de um pronome que transmite a idéia de que a ação praticada na oração ocorre entre os sujeitos dela simultaneamente, com reciprocidade; neste caso são utilizados os pronomes nos, vos, se.
• Nós nos ajudamos para editar o artigo.
• Eles se entenderam depois da briga.
• Elas se abraçaram como verdadeiras amigas!

Pronomes em Formas de Tratamento
Entre os pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tratamento ou formas pronominais de tratamento, que são formas substantivas de tratamento indireto, e se referem à segunda pessoa do discurso, mas sua concordância é feita em terceira pessoa. São palavras ou expressões que substituem o pronome pessoal no discurso. O pronome de tratamento é uma maneira de se referir ou tratar com uma pessoa utilizando-se de seus atributos ou com referência a posição familiar, profissional, religiosa, social, etc que ocupam.
• Vossa eminência. (cardeais)
• Vossa Onipotência ( para Deus)
• Vossa reverendíssima (sacerdotes)
• Vossa Majestade (reis, imperadores)
• Vossa Alteza (príncipes, Duques)
Nota: No Brasil, costuma-se usar o pronome 'si' também com sentido reflexivo, contudo o mesmo não ocorre em Portugal. Portanto, uma oração como "Ela falou de si" seria genéricamente entendida no Brasil como "de si mesma" enquanto em Portugal como "de outrem". O mesmo vale para 'consigo': "Antônio conversou consigo mesmo".
Nota: A gente: utilizar o substantivo gente associado ao artigo definito A remetendo a um grupo de pessoas (Eu + Tu, Eu + Nós, Eu + Eles, etc) é caracterizado como pronome de língua informal e sua conjugação se faz com verbo na terceira pessoa do singular.
Nota: Você: é um pronome de uso coloquial popularizado; tem como origem o pronome de tratamento Vossa Mercê, hoje em desuso assim como vós, embora com uso de Tu, sua conjugação se faz pela terceira pessoa do singular; já a forma plural ‘vocês’ tem conjugação pela terceira pessoal do plural.

Pronome Possessivo
São aqueles que se referem às três pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa. Flexionam-se em gênero e número, concordando com a coisa possuída, e em pessoa, concordando com o possuidor.

Pronomes possessivos
Pessoa Singular Plural
Masc. Fem. Masc. Fem.
Singular1ª meu minha meus minhas
2ª teu tua teus tuas
3ª seu sua seus suas
Plural 1ª nosso nossa nossos nossas
2ª vosso vossa vossos vossas
3ª seu sua seus suas

Pronome Possessivo Adjetivo
Como já foi observado, o pronome possessivo atribui posse à alguma das pessoas do discurso; quando o pronome possessivo é empregado ele pode estar se refereindo a um objeto que já foi citado e que por isso não precisa ser repetido, ou a um objeto que sequer foi citado.
Quando o pronome possessivo faz referência a um substantivo já citado, atribuindo sua posse a um sujeito, ele tem função ADJETIVA ou de ADJUNTO.
• O MEU coturno é melhor que o TEU.
Os dois pronomes estão adjetivando o substantivo coturno, já citado.

Pronome Possessivo Substantivo
Quando um pronome possessivo faz referência a um substantivo que não foi sequer enunciado, ele acaba cumprindo o papel desse substantivo ausente dentro da frase, e é portanto um pronome possessivo substantivo ou também chamado pronome possessivo absoluto.
• O MEU é melhor que o TEU.
Os dois pronomes estão referindo à posse de algo que não foi citado na frase e estão em lugar dele.

Pronome Indefinido
São aqueles que se referem a substantivos de modo vago, impreciso ou genérico. São pronomes indefinidos aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de modo, ou em quantidade, indeterminada. Um pronome indefinido pode ser variável ou invariável:

Pronomes Indefinidos Substantivos (Invariáveis)
- Os invariáveis não se alteram com desinências para ter concordância verbal, serão sempre os mesmos independente de contexto masculino, feminino, plural, ou singular; e por isso também atuarão como pronomes substantivos:

Pronomes Indefinidos Substantivos
Alguém, Ninguém, Tudo, Nada, Algo, Outrem
Pronomes Indefinidos Adjetivos (Variáveis)
Os variáveis são aqueles que se alteraram para concordar com seu contexto, e terão função adjetiva.

Pronomes Indefinidos Adjetivos
Todo, toda, um, uma, algum, alguma, nenhum, nenhuma, certo, certa, muito,
muita, outro, outra, pouco, pouca, tanto, tanta, qualquer, quaisquer, cada
Nota: Cada: embora seja pronome indefinido adjetivo, é o único que não é variável.
Nota: A disposição das palavras no enunciado muda o sentido do texto, bem como sua classificação.
• "Certos objetos chegam na hora certa."
A primeira ocorrência da palavra ‘certos’ é realmente um pronome indefinido adjetivo variável, porém a segunda ocorrência é um adjetivo em estado puro.

Pronome Demonstrativo
São aqueles que indicam a posição do ser no espaço (em relação às pessoas do discurso), no tempo ou dentro do próprio texto (coesão textual). Essa classe pronominal possui as seguintes relações com as pessoas do discurso:
• primeira pessoa: este, esta, estes, estas, isto.
Indicam algo próximo à primeira pessoa, de acontecimento quase simultâneo ou que será citado mais adiante no texto.
• segunda pessoa: esse, essa, esses, essas, isso.
Indicam algo próximo à segunda pessoa, que aconteceu há pouco tempo ou que foi citado anteriormente no texto.
• terceira pessoa: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.
Indicam algo próximo à terceira pessoa, que aconteceu há muito tempo ou com algo que vem antes em uma enumeração de coisas.
Os pronomes "isto", "isso" e "aquilo" são classificados geralmente como demonstrativos, mas funcionam como pronomes pessoais de terceira pessoa, representantes do gênero neutro.

Outros pronomes demonstrativos
mesmo, mesma, mesmos, mesmas: quando têm sentido de "idêntico", "em pessoa";
próprio, própria, próprios, próprias: quando têm sentido de "idêntico", "em pessoa";
semelhante, semelhantes; são demonstrativos quando equivalerem a "tal" ou "tais";
tal, tais;é pronome demonstrativo quando equivale a este,esse,isso etc.
o, a, os, as: quando puderem ser substituídos por "isto", "isso", "aquilo" e variações.

Pronome Relativo
O pronome relativo é em geral um pronome de dêixes anafórica, ou seja, um pronome de retorno que está apontando para algo que já foi citado, para um elemento anterior. Afora isto, o pronome relativo pode apresentar dois diferentes papéis gramaticais, esse com dêixes anafórica, e ainda o de transpositor de oração.
• Bloquearam a página para edição, a qual ficou incompleta. (pronome relativo a qual)
• Ela me mostrou uma página de usuário que eu gostei! (pronome relativo que)

Pronomes Relativos
qual, o qual, a qual os quais, as quais, cujo, cuja, cujos cujas,
Que quanto, quantas, quantos, onde
A) Transpositor de Oração Pronome Relativo Que: O transpositor pronome relativo que age fazendo a ligação de duas orações independentes uma da outra, e então quando isto ocorre uma delas fará adjetivação se tornando adjunto adnominal daquilo apontado.
• Eles são wikipedistas [que] trabalham em artigos novos.
Eles são wikipedistas + Os wikipedistas trabalham em artigos novos.
Nota: Quem funciona como pronome relativo quando aponta para elementos citados, e é precedido de preposição.
• Ele foi o wikipedista de quem mais se falou.

Pronome Interrogativo
Os pronomes interrogativos consistem em pronomes relativos (quem, que, qual quanto e variações) com referência à pessoas e coisas, e são utilizados em perguntas diretas ou indiretas.
• Quem editou este artigo?
• Que bloqueio, senhor administrador?
• Que editaste?
• Qual administrador editou?
• Qual foi feito?
• Quantos eram?
• Quantos artigos editou?
• Quem fez este serviço?
Quem: Em linhas gerais faz referência indivíduos, e é um pronome substantivo.
Que: Em linhas gerais faz referência a indivíduos e coisas, ou indicador de seleção como no quarto exemplo, e é um pronome substantivo e adjetivo.
Qual: Em linhas gerais busca fazer uma diferenciação, selecionar, e é pronome adjetivo.
Nota: O que: é uma forma enfatizada de Que;
Nota: Quem também pode ser caracterizado como pronome relativo indefinido de uso absoluto.
Atenção!
O uso de classificação pronominal requer muita atenção, posto que alguns pronomes variam de classificação de acordo com sua posição na frase, como foi mostrado; e não obstante isto, MUITAS outras palavras, não citadas acima, tem valor pronominal quando empregadas em certos contextos. Há muitos erros comuns no que tange à classificação pronominal.
• O pronome O, quando empregado sem valor demonstrativo, e antecedendo um substantivo explicito ou oculto, perde de imediato seu caráter de pronome, e é considerado artigo definido!
• O, os, a, as que surgem atrelados a vários pronomes como os relativos, que surgem muitas vezes precedidos deles, são meras PREPOSIÇÕES, fora de tal situação em geral são artigos definidos!
• Os pronomes indefinidos quantitativos podem ser frequentemente confundidos com adjuntos adverbiais.
Ele sabia muito sobre a wikipedia. (adjunto adverbial).
Muito já fiz. (pronome)
Pronomes em outros idiomas
• Nas línguas indo-européias, os pronomes formam uma classe gramatical presente em todos os idiomas, embora com algumas variações.
• Nas línguas urálicas, não existem pronomes pessoais nem possessivos. Apenas a flexão do verbo é suficiente para determinar a pessoa e a posse é designada pelo caso genitivo, que assume uma forma diferente para cada pessoa.
• Em espanhol há um pronome de terceira pessoa para indicar o gênero neutro ("ello").
• Em latim não há pronome pessoal de terceira pessoa, sendo substituídos por pronomes demonstrativos.
• Em inglês, todos os pronomes são declinados em caso (nominativo, acusativo e possessivo). Os pronomes demonstrativos não se flexionam em gênero.
• Na maioria das línguas indo-européias, assim como em japonês, pode existir mais de um pronome de segunda pessoa, chamados "pronomes de tratamento", dependendo do grau de proximidade e respeito a que se dedica ao interlocutor.
• Em espanhol europeu existem os pronomes "tú" e "usted" (singular), "vosotros" e "ustedes" (plural).
• Em inglês o pronome "you" é de uso genérico, mas raramente, em ocasiões solenes, usam-se os pronomes "thou" (singular) e "ye" (plural), com os respectivos oblíquos "thee" e "you" e possessivos "thy/thine" e "your/yours".
• Em francês são usados os pronomes "tu" e "vous".
• Em japonês os pronomes de primeira pessoa variam de acordo com o sexo do falante e de acordo com a circunstância em que é usado, além de os pronomes de tratamento serem diferentes inclusive para pessoas próximas (quando se dirige a um filho, ao marido, ao chefe, a um subordinado, a um amigo, etc.). O pronome "atashi" significa "eu" quando é uma mulher que fala, enquanto "boku" significa "eu" quando é dito por um homem. Os pronomes "watashi" e "watakushi" são usados por ambos, em circunstâncias formais.
• Em alemão, o pronome pessoal "Sie" (maiúsculo) significa: "o senhor", "a senhora", "os senhores", "as senhoras", mas "sie" (minúsculo) significa: "ela", "elas", "eles"
• Em sueco há quatro gêneros de pronomes pessoais para terceira pessoa no singular: masculino, feminino, comum e neutro. O gênero comum serve para designar animais e plantas, e o gênero neutro serve para designar objetos inânimados.
• Em basco há um pronome de segunda pessoa neutro ("zu") e um pronome de segunda pessoa não formal mas familiar ("hira").

Linguagem e comunicação

Linguagem, comunicação e interação

A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas utilizando linguagem.
Linguagem é um processo comunicativo pelo qual as pessoas interagem entre si.

· Linguagem verbal – A palavra (falada ou escrita) é a unidade básica.

· Linguagem não verbal – Possui outros tipos de unidade: a música, a dança, a mímica, a pintura, a fotografia, a escultura. (gesto, movimento, imagem...)

· Linguagem mista – Pode reunir diferentes linguagens: história em quadrinhos, cinema, teatro e programas de TV. (figurino, cenário, música...)

Interlocutores são pessoas que participam do processo de interação por meio da linguagem.
· Locutor – Aquele que fala, que pinta, que compõe uma música, que dança.
· Locutário – é aquele que recebe a linguagem.

Código é um conjunto de sinais convencionados socialmente para a construção e a transmissão de mensagens. Além da palavra oral e escrita, também são códigos os sinais de trânsito, os símbolos, o código Morse, as buzinas dos automóveis e outros mais.

Língua é um código formado por signos (palavras) e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si.

Variedades linguísticas – são as variações que uma língua apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

· Variedade padrão, língua padrão ou norma culta é a variedade linguística de maior prestígio social.

· Variedades não padrão ou língua não padrão são todas as variedades linguísticas diferentes da padrão.

Algumas variedades linguísticas: histórica, geográfica, sociocultural (culta e popular), dialetos,
registros, gírias.

· Variedade histórica – A língua não é imutável, estática, ao contrário, ela se modifica com o passar do tempo.

· Variação geográfica – As palavras pipa, pandorga, papagaio, tapioca, maranhão, arraia e quadrado são dados ao mesmo brinquedo dependendo da região em que se vive.

· Variação sociocultural –
“Tá na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.”
“Obviamente faltou-lhes coragem para enfrentar os ladrões.”

· Dialetos – Variedades originadas das diferenças de região ou território

· Variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação (graus de cortesia, tecnicidade...)

· Gírias – Quase sempre são criadas por grupos sociais. Quando restrita a uma profissão a gíria é chamada de jargão (jornalista, médicos...).