segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Artigo

Artigo

Artigos são palavras que precedem aos substantivos (ou seja vem antes dos substantivos) para determiná-lo ou indeterminá-lo.
Os artigos definidos (o, a, os, as), de modo geral, indicam seres determinados, conhecidos da pessoa que fala ou escreve.
• Falei com o médico.
• Já encontramos os livros perdidos.
Os artigos indefinidos (um, uma , uns, umas) indicam os seres de modo vago, impreciso.
• Uma pessoa lhe telefonou.
• Uns garotos faziam barulho na rua.
Os artigos definidos são declináveis, podendo se combinar com algumas preposições, formando os seguintes casos:
• Genitivo: do, da, dos, das (preposição "de")
• Locativo: no, na, nos, nas (preposição "em")
• Dativo: ao, à, aos, às (preposição "a")
• Ablativo: pelo, pela, pelos, pelas (preposição "por")
• Comitativo (em desuso): co, coa, cos, coas (preposição "com")
Observações sobre alguns empregos dos artigos.
• 1. O artigo definido, no singular, pode indicar toda a espécie:

o A águia enxerga das alturas.
o O homem é mortal.
• 2. É facultativo (opcional) o uso do artigo com os pronomes possessivos:

o Sua intenção era das melhores.
o A 'sua intenção era das melhores.
• 3. Os nomes próprios podem vir com artigo:

o Os Oliveiras vêm jantar conosco.
o O Antônio é bom pedreiro.
• 4. Muitos nomes próprios de lugares admitem o artigo, outros não:
• a Bahia, o Amazonas, Santa Catarina, Goiás, os Andes.
• 5. O artigo indefinido pode realçar (dar intensidade a) uma idéia:
Ele falava com uma segurança que impressionava a todos!

o Era uma euforia, uma festa, como jamais se viu!
• 6. O indefinido pode, também, dar idéia de aproximação:

o Eu devia ter uns quinze anos, quando isso aconteceu.
• 7. A palavra todo(a) pode variar do sentido, se vier ou não acompanhada de artigo:

o Toda a casa ficou alagada. (inteira, completa, total)
o Toda casa deve ter segurança. (cada, qualquer)
• 8. Com o numeral ambos (ambas) usa-se o artigo:

o Ambas as partes chegaram a um acordo. (ambas = as duas)
Não se emprega o artigo
• 1. Com a palavra casa e terra não especificada:
o Venho de casa.
o Passei em casa. Não estavam em casa.
o Vou para casa.
o Os marinheiros permaneceram em terra.
Porém:
• Venho da casa do meu amigo.
• Estivemos na casa do meu amigo.
• Estivemos na casa de parentes.
• Estive na terra da minha avó.
• 2. Depois do pronome relativo cujo não se usa artigo:

o Visitei um artista cujos quadros são famosos.
• 3. Os provérbios em geral dispensam o artigo:

o Filho de peixe, peixinho é.
o Tempo é dinheiro.
o Casa de ferreiro, espeto de pau.
Observe que, na linguagem jornalística, é comum a omissão dos artigos nas manchetes e títulos de artigos e notícias.
Artigos em outros idiomas
• Em inglês, existem apenas três artigos: um definido (the) e dois indefinidos ("a" se o substantivo começa por um som consonantal, "an" se começa por um som vocálico). O pronome indefinido "some" também é reconhecido como artigo indefinido pela gramática inglesa.
• Em espanhol e francês, existem apenas contrações de preposições com artigos definidos masculinos
• Em italiano há dois artigos para o masculino: "lo", para palavras iniciadas em "s", "z" ou "gn" (plural: "gli"), e "il" para os demais casos (plural: "i"). Para o feminino só existe o artigo "la". Os artigos se combinam com várias preposições e são declináveis em seis casos: nominativo, genitivo, partitivo, dativo, comitativo e superessivo. O genitivo ("del", "della", "dello") também serve como artigo indefinido.
• Em alemão, grego existe um artigo para cada gênero, cada número e cada caso. A flexão de caso, diferentemente do que acontece em português, não resulta da contração com preposições.
• Nas línguas eslavas não existem artigos com exceção de búlgaro e macedônio com artigos pospostos.
• Em latim não existe artigo. A forma definida é representada pelo substantivo solto, e a forma indefinida é representada por pronomes indefinidos.
• Em sueco, há dois artigos definidos: "den" (para o gênero comum) e "det" (para o gênero neutro), mas só aparecem quando o substantivo está acompanhado de algum adjunto adnominal, por exemplo: "a casa" se diz apenas "huset", mas "a casa preta" se diz "det svart huset".
• Em finlandês não existe artigo. A forma definida e a forma indefinida são determinadas pela posição das palavras na frase. Por exemplo: "kukka on pöydallä" significa "a flor está sobre a mesa", enquanto "pöydälla on kukka" significa "existe uma flor em cima da mesa" (o nominativo de "mesa" é "pöydä").
• O romeno é o único dos idiomas de origem latina que não tem artigo definido. A forma definida acontece de maneira semelhante à do sueco.
Observações
De acordo com a gramática normativa do português, não se usa artigo depois da palavra "cujo" e suas derivações (cuja, cujos, cujas). Assim: Assisti ao filme cujo título me parecia estranho.
Não se usa artigo também antes da palavra "casa" quando entendida como o próprio lar. Deste modo: Estou em casa. Estou na casa de uma amiga.
Muitas vezes, estas categorias criadas pelas gramáticas para tentar normatizar/descrever as línguas não dão conta de explicar todos os fenômenos lingüísticos possíveis. Em alguns casos, o artigo pode indicar também certa familiaridade. Ex: "Bial é um apresentador de TV" e "O Bial é meu amigo desde a quarta série".
O artigo, diante de qualquer palavra, relacionando-se a ela, transforma-a em substantivo

Numerais

Numeral

Numeral é uma palavra variável que indica a quantidade exata de seres ou a posição que o ser ocupa.

Tipos de numerais
Os numerais podem ser classificados como cardinal, coletivo, ordinal, multiplicativo ou fracionário.

Numerais Cardinais
Os numerais cardinais são aqueles que utilizam os números naturais para a contagem de objetos, ou até designam a abstração das quantidades: os números em si mesmos. Valem por adjetivos ou substantivos.
Os numerais cardinais um, dois (e todos os números terminados por estas unidades), assim como as centenas contadas a partir de duzentos, são variáveis em gênero. Os numerais que indicam milhões, bilhões etc. são invariáveis em gênero.
• Exemplo: Dois mais dois são quatro.

Numerais Coletivos
Os numerais coletivos são aqueles que indicam uma quantidade específica de um conjunto de seres ou objetos. São termos variáveis em número e invariáveis em gênero.
• Exemplos: dúzia(s), milheiro(s), milhar(es), dezena(s), centena(s), par(es), década(s), grosa(s).

Numerais Fracionários
Os numerais fracionários são aqueles que indicam partes, frações, sendo concordantes com os numerais cardinais.
• Exemplo: Três quartos da superfície terrestre são cobertos de água.

Numerais Multiplicativos
Os numerais multiplicativos são aqueles que indicam uma quantidade equivalente a uma multiplicação (uma duplicação, uma triplicação etc.).
• Exemplos: Às vezes, as palavras possuem duplo sentido. Arrecadou-se o triplo dos impostos relativos ao ano passado.

Numerais Ordinais
Os numerais ordinais são aqueles que indicam a ordenação ou a sucessão numérica de seres e objetos.
• Exemplo: Recebeu o seu primeiro presente agora mesmo.
• Exemplo: Raíssa esta completando seu primeiro aniversário.

Adjetivo

Adjetivo

Adjectivos (português europeu) ou Adjetivos (português brasileiro) são as palavras que caracterizam um substantivo atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser.

Flexionam-se em gênero, número e grau.
Sua função gramatical pode ser comparada com a do advérbio em relação aos verbos, aos adjetivos e a outros advérbios.
Exemplos:
• borboletas azuis
• céu cinza
• sandálias sujas
Da mesma forma que os substantivos, os adjetivos contribuem para a organização do mundo em que vivemos. Assim, distinguimos uma fruta azeda de uma doce, por exemplo. Eles também estão ligados a nossa forma de ver o mundo: o que pode ser bom para uns pode ser mau para outros.
Classificação dos adjetivos


Os morangos são vermelhos.Vermelhos caracteriza o substantivo morangos e por isso,é um adjetivo

Quanto à semântica
A classificação semântica dos adjetivos pode variar de acordo com o tipo de característica que exprimem. Alguns exemplos:
• Cor: vermelho, amarelo, azul, preto, etc.
• Forma: quadrado, redondo, triangular, etc.
• Temperatura: quente, frio, morno, gelado, etc.
• Intensidade: forte, fraco, moderado, etc.
• Proporção: grande, médio, pequeno, nanico, enorme, etc.
• Qualidade: bom, bonito, amável, agradável, etc.
• Defeito: mau, ruim, feio, horrível, etc.
• Adjetivos gentílicos: brasileiro, português, paulista, carioca, lisboeta, etc.

Quanto à formação
Com relação à formação das palavras, os adjetivos podem ser classificados em:
• Primitivo: Não provém de outra palavra, e serve de base para a formação de outras palavras, em geral, substantivos abstratos. Exemplos: Triste é primitivo de tristeza; Negro é primitivo de negritude.
• Derivado: Apresenta afixos e provém de outra palavra. Exemplos: Integral é derivado de íntegro (íntegro + sufixo -al); Amansado é derivado de manso(prefixo a- + manso + sufixo -ado).
• Simples: É constituído de um só elemento: surdo, mudo, etc.
• Composto: É aquele que é constituído de mais de um elemento: Plantão médico-cirúrgico, Uniforme alviverde(alvi + verde).
Flexão de adjetivos
Os adjetivos podem sofrer três tipos de flexão: por gênero, por número e por grau.

Flexão de Gênero
Os adjetivos podem ser divididos em dois grupos em relação ao gênero.
• Adjetivos uniformes: Apresentam uma única forma para os dois gêneros (masculino e feminino). Exemplos: empregado competente (masculino)/empregada competente (feminino)
• Adjetivos biformes: Apresentam duas formas para os dois gêneros (masculino e feminino). Exemplo: o homem burguês (masculino)/a mulher burguesa (feminino)
Em geral, para formar o feminino, os adjetivos levam a vogal -a no final do adjetivo e para formar o masculino eles levam a vogal -o no final do adjetivo. Exemplo:
• criativo (masculino)/criativa (feminino). Entretanto, pode haver exceções, como no caso dos masculinos terminados em -eu, que podem fazer o feminino em -eia (europeu, européia) ou em -ia (judeu, judia).

Flexão de Número
O adjetivo flexiona-se no plural de acordo com as regras existentes para o substantivo.
• Nos adjetivos compostos, como regra geral, só o último elemento vai para o plural. Exemplo: poemas herói-comicos
Há exceção para o adjetivo surdo-mudo, que faz o plural surdos-mudos.
• Não há variação de número nem de gênero para os seguintes casos:
o adjetivos compostos com nome de cor + substativo: olhos verde-mar
o adjetivo azul-marinho: calças azul-marinho
o locuções adjetivas formadas pela expressão cor + de + substantivo: chapéus cor-de-rosa
o os substantivos empregados em função adjetivas quando está implicita a idéia de cor: sapatos cinza

Regras para flexão de número para adjetivos compostos
• Nos adjetivos compostos, só o último elemento vai para o plural
Exemplos:
• lente côncavo-convexas
• Nos adjetivos cores, eles ficam invariáveis quando o último elemento for um substantivo
Exemplos:
• papel azul-turquesa/papéis azul-turquesa;
• olho verde-lagoa/verde-água olhos verde-mar

Flexão de Grau
A única flexão de grau propriamente dita dos adjetivos é entre o grau normal e o grau superlativo absoluto. Exemplos: atual - atualíssimo, negro - nigérrimo, fácil - facílimo. Algumas palavras ainda admitem o grau comparativo de superioridade. Exemplos: grande - maior, bom - melhor.
Nos demais casos, o grau é indicado não por flexões, mas por advérbios. São distintos os seguintes graus:
• Comparativo de igualdade: Usa-se para expressar que um ser têm um grau de igualdade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: tanto...quanto, ...assim como..., tão...quanto, ...do mesmo jeito que..., e outras variações. Por exemplo: "Fulano é tão alegre quanto sicrano".
• Comparativo de superioridade: Usa-se para expressar que um ser têm um grau de superioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: mais...que ou mais...do que. Exemplo: "José é mais alegre que Pedro".
• Comparativo de inferioridade: Usa-se para expressar que um ser têm um grau de inferioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: menos...que ou menos...do que. Exemplo: "José é menos alegre que Pedro".
• Superlativo absoluto (analítico): Exprime um aumento de intensidade sobre o substantivo determinado pelo adjetivo, sem compará-lo com outros da mesma espécie. Exemplo: "José é muito alto".
• Superlativo absoluto (sintético): É expresso com a participação de sufixos. O mais comum é –íssimo. Exemplo: “Trata-se de um artista originalíssimo”, “Seremos tolerantíssimos”.
• Superlativo relativo de superioridade: Exprime uma vantagem de um ser entre os demais da mesma espécie. Exemplo: "José é o mais alto de todos".
• Superlativo relativo de inferioridade: Exprime uma desvantagem de um ser entre os demais da mesma espécie. Exemplo: "José é o menos alto de todos".

Locução adjetiva

Na foto, uma mãe e seu filho. A mãe possui um amor de mãe ou materno por seu filho. O adjetivo de mãe é locução adjetiva, pois são duas palavras que possuem o valor de um adjetivo
Locução adjetiva é a reunião de duas ou mais palavras com função de adjetivo. Elas são usualmente formadas por:
• uma preposição e um advérbio
• uma preposição e um substantivo
Exemplos:
• Conselho de mãe = Conselho maternal
• Dor de estômago = Dor estomacal
• Périodo da tarde = Périodo vespertino

Adjetivos em outros idiomas
• Nas línguas germânicas, todos os adjetivos, obrigatoriamente, precedem o substantivo.
• Em latim, a flexão de grau é sintética e inclui, para todos os adjetivos, o grau superlativo absoluto e o grau comparativo de superioridade.
• Em inglês, a flexão de grau inclui o grau superlativo relativo e o grau comparativo de superioridade, apenas para substantivos de até duas sílabas. Para os demais substantivos, não existe flexão de grau. Não há superlativo absoluto, sendo substituído pelo advérbio "very". Não há concordância de gênero nem de número.
• Em alemão, os adjetivos se flexionam em gênero (masculino, feminino e neutro), número (singular e plural), grau (normal, comparativo e superlativo) e caso (nominativo, acusativo, genitivo e dativo).

Substantivos

Substantivo


De acordo com a gramática portuguesa, um substantivo é determinado pelo seu gênero, número e grau.


Para transformar uma palavra de outra classe gramatical em um substantivo, basta precedê-lo de um artigo, pronome ou numeral. Exemplo: "O não é uma palavra dura". Artigos sempre precedem palavras substantivadas, mas substantivos (que são substantivos em sua essência) não precisam necessariamente ser precedidos por artigos.


Classificação



Quanto à formação
Quanto à existência de radical, o substantivo pode ser classificado em:


Primitivo: palavras que não derivam de outras. Ex: flor, pedra, moto, jardim.
Derivado: vem de outra palavra existente na língua. O substantivo que dá origem ao derivado (substantivo primitivo) é denominado radical. Ex: floreira, pedreira, motorista, jardineiro.


Quanto ao número de radicais, pode ser classificado em:


Simples: tem apenas um radical. Ex: água, couve, sol
Composto: tem dois ou mais radicais. Ex: água-de-cheiro, couve-flor, girassol, lança-perfume.


Quanto ao tipo
Quando se referir a especificação dos seres, pode ser classificado em:


Concreto: designa seres que existem ou que podem existir por si só. Ex: casa, cadeira.
Também concretos os substantivos que nomeiam divindades (Deus, anjos, almas) e seres fantásticos (fada, duende), pois, existentes ou não são sempre considerados como seres com vida própria.
Abstrato: designa idéias ou conceitos, cuja existência está vinculada a alguém ou a alguma outra coisa. Ex: justiça, amor, trabalho, etc.
Comum: denomina um conjunto de seres de maneira geral, ou seja, um ser sem diferenciar dos outros do mesmo conjunto. Ex: lobo, pizza, mascara.
Próprio: denota um elemento individual que tenha um nome próprio dentro de um conjunto, sendo grafado sempre com letra maiúscula. Ex: Pedro, Fernanda, Giovanna, Portugal, Brasília, Fusca.
Coletivo: um substantivo coletivo designa um nome singular dado a um conjunto de seres. No entanto, vale ressaltar que não se trata necessariamente de quaisquer seres daquela espécie. Alguns exemplos:
• Uma biblioteca é um conjunto de livros, mas uma pilha de livros desordenada não é uma biblioteca. A biblioteca discrimina o gênero dos livros e os acomoda em prateleiras.
• Uma orquestra ou banda é um conjunto de instrumentistas, mas nem todo conjunto de músicos ou instrumentistas pode ser classificado como uma orquestra ou banda. Em uma orquestra ou banda, os instrumentistas estão executando a mesma peça musical ao mesmo tempo.
• Uma turma é um conjunto de estudantes, mas se juntarem num mesmo alojamento os estudantes de várias carreiras e várias universidades numa sala, não se tem uma turma. Na turma, os estudantes assistem simultaneamente à mesma aula.


Flexão do substantivo
Quanto ao gênero


Os substantivos flexionam-se nos gêneros masculino e feminino e quanto às formas, podem ser:


Substantivos biformes: apresentam duas formas originadas do mesmo radical. Exemplos: menino - menina, traidor - traidora, aluno - aluna.
Substantivos heterônimos: apresentam radicais distintos e dispensam artigo ou flexão para indicar gênero, ou seja, apresentam duas formas uma para o feminino e outra para o masculino. Exemplos: arlequim - colombina, arcebispo - arquiepiscopisa, bispo - episcopisa, bode - cabra.
Substantivos uniformes: apresentam a mesma forma para os dois gêneros, podendo ser classificados em:
Epicenos: referem-se a animais ou plantas, e são invariáveis no artigo precedente, acrescentando as palavras macho e fêmea, para distinção do sexo do animal. Exemplos: a onça macho - a onça fêmea; o jacaré macho - o jacaré fêmea; a foca macho - a foca fêmea.
Comuns de dois gêneros: o gênero é indicado pelo artigo precedente. Exemplos: o dentista, a dentista.
Sobrecomuns: invariáveis no artigo precedente. Exemplos: a criança, o indivíduo (não existem formas como "crianço", "indivídua", nem "o criança", "a indivíduo").


Quanto ao número
Os substantivos apresentam singular e plural.
Os substantivos simples, para formar o plural, substituem a terminação em n, vogal ou ditongo oral por s. Ex: elétron/ elétrons, povo/ povos, caixa/ caixas, cárie/ cáries; a terminação em ão, por ões, ães, ou ãos; as terminações em s, r, e z, por es; terminações em x são invariáveis; terminações em al, el, ol, ul, trocam o l por is, com as seguintes exceções: "mal" (males), "cônsul" (cônsules), "mol" (mols), "gol" (gols); terminação em il, é trocado o l por is (quando oxítono) ou o il por eis (quando paroxítono).
Os substantivos compostos
 Substantivos compostos não separados por hífen. Acrescenta-se o s (como um substantivo simples). Ex.: Pernalonga – pernalongas, pontapé – pontapés.
 Substantivos compostos separados por hífen. Variam os dois elementos ou apenas um elemento, conforme o caso.
 Os dois elementos vão para o plural:
Couve-flor , couves-flores (substantivo + substantivo)
Cachorro-quente, cachorros-quentes (substantivo + adjetivo)
Má-língua, más-línguas (adjetivo + substantivo)
Terça-feira, terças-feiras (numeral + substantivo)
 Apenas o primeiro elemento vai para o plural:
• Se o segundo elemento limitar a idéia do primeiro. (banana-maçã, bananas-maçã, pombo-correio, pombos-correio)
• Se os elementos forem ligados por preposição. (pé-de-moleque, pés-de-moleque, pão-de-ló, pães-de-ló)
 Apenas o segundo elemento vai para o plural:
• Se o primeiro elemento for verbo ou palavra invariável. (guarda-roupa, guarda-roupas, alto-falante, alto-falantes)
• Se os elementos forem palavras repetidas ou onomatopaicas. (tico-tico, tico-ticos, corre-corre, corre-corres, reco-reco, reco-recos)
Obs.: Se os elementos repetidos forem verbos, admite-se também a flexão de ambos. Ex.: corres-corres, piscas-piscas.
• Se o primeiro elemento for constituído de formas reduzidas, como grão, grã e bel. (grão-duque, grão-duques, bel-prazer, bel-prazeres)
 Nenhum dos elementos vai para o plural:
• Se for formado de verbo mais palavra invariável. (os ganha-pouco, os bota-fora, os pisa-mansinho)
• Se for formado de verbos com sentidos opostos. (os leva-e-traz, os ganha-perde)
Obs.: Nos compostos em que entra a palavra guarda, esta pode ser verbo ou substantivo. Será verbo se o segundo elemento for substantivo, permanecendo o verbo invariável (guarda-comida → verbo + substantivo  guarda-comidas). Nos casos em que a palavra guarda for substantivo, haverá flexão (guarda-noturno  substantivo + adjetivo  guardas-noturnos).



Quanto ao grau
Os substantivos possuem três graus, o aumentativo, o diminutivo e o normal que são formados por dois processos:
Analítico: o substantivo é modificado por adjetivos que indicam sua proporção (rato grande, gato pequeno);
Sintético: modifica o substantivo através de sufixos que podem representar além de aumento ou diminuição, o desprezo ou um sentido pejorativo (no aumentativo sintético: gentalha, beiçorra), o afeto ou sentido pejorativo (no diminutivo sintético: filhinho, livreco).
Exemplos de diminutivos e aumentativos sintéticos:
sapato/sapatinho/sapatão;
casa/casebre/casarão;
cão/cãozinho/canzarrão;
homem/homenzinho/homenzarrão;
gato/gatinho/gatarrão;
bigode/bigodinho/bigodaço;
vidro/vidrinho/vidraça;
boca/boquinha/bocarra;
muro/mureta/muralha;
pedra/pedregulho/pedrona;
rocha/rochinha/rochedo;

Concordância Nominal

Concordância Nominal

1. Substantivo + Substantivo... + Adjetivo

Quando o adjetivo posposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda com o último ou vai facultativamente:
para o plural, no masculino, se pelo menos um deles for masculino;
para o plural, no feminino, se todos eles estiverem no feminino.
Exemplos:Ternura e amor humano.Amor e ternura humana.Ternura e amor humanos.Carne ou peixe cru.Peixe ou carne crua.Carne ou peixe crus.

2. Adjetivo + Substantivo + Substantivo + ...

Quando o adjetivo anteposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda com o mais próximo.Exemplos:Mau lugar e hora.Má hora e lugar.

3. Substantivo + Adjetivo + Adjetivo + ...

Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, este vai para o singular ou plural.Exemplos:Estudo as línguas inglesa e portuguesa.Estudo a língua inglesa e (a) portuguesa.Os poderes temporal e espiritual.O poder temporal e (o) espiritual.

4. Ordinal + Ordinal + ... + Substantivo

Quando dois ou mais ordinais vêm antes de um substantivo, determinando-o, este concorda com o mais próximo ou vai para o plural.Exemplos:A primeira e segunda lição.A primeira e segunda lições.

5. Substantivo + Ordinal + Ordinal + ...

Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um substantivo, determinando-o, este vai para o plural.Exemplo:As cláusulas terceira, quarta e quinta.

6. Um e outro / Nem um nem outro + Substantivo

Quando as expressões "um e outro", "nem um nem outro" são seguidas de um substantivo, este permanece no singular.Exemplos:Um e outro aspecto.Nem um nem outro argumento.De um e outro lado.

7. Um e outro + Substantivo + Adjetivo

Quando um substantivo e um adjetivo vêm depois da expressão "um e outro", o substantivo vai para o singular e o adjetivo para o plural.Exemplos:Um e outro aspecto obscuros.Uma e outra causa juntas.

8. "O (a) mais ... possível" - "Os (as) mais ... possíveis" - "O (a) pior ... possível" - "Os (as) piores ..." - "O (a) melhor ... possível" - "Os (as) melhores ... possíveis"

O adjetivo "possível", nas expressões "o mais ...", "o pior ...", "o melhor ..." permanece no singular. Com as expressões "os mais ...", "os piores ...", "os melhores ...", vai para o plural.Exemplos:Os dois autores defendem a melhor doutrina possível.Estas frutas são as mais saborosas possíveis.Eles foram os mais insolentes possíveis.Comprei poucos livros, mas são os melhores possíveis.

9. Particípio + Substantivo

O particípio concorda com o substantivo a que se refere.Exemplos:Feitas as contas ...Vistas as condições ...Restabelecidas as amizades ...Postas as cartas na mesa ...Salvas as crianças ...Observação:"Salvo", "posto" e "visto" assumem também papel de conectivos, sendo, por isso, invariáveis:
Salvo honrosas exceções.Posto ser tarde, irei.Visto ser longe, não irei.

10. Anexo / bastante / incluso / leso / mesmo / próprio + Substantivo

Essas palavras concordam com o substantivo a que se referem.Exemplos:Vão anexas as cópias.Recebi bastantes flores.Vão inclusos os documentos.Cometeu um crime de lesa-pátria.Cometeu um crime de leso-patriotismo.Ele mesmo falou aquilo.Ela mesma falou aquilo.Elas próprias falaram aquilo.

11. Meio (= metade) + Substantivo

O adjetivo "meio" concorda com o substantivo a que se refere.Exemplos:Meias medidas.Meio litro.Meia garrafa.

12. Meio (= um tanto) + Adjetivo

O advérbio "meio", que se refere a um adjetivo, permanece invariável.Exemplos:Ela parecia meio encabulada.Janela meio aberta.Observações: 1. Na fala, observam-se exemplos do advérbio "meio" flexionado. Tal fato pode ser explicado pelo fenômeno da "concordância atrativa", ou por influência do adjetivo a que se refere: "Ela está meia cansada". Dessa concordância existem exemplos entre os clássicos: "Uns caem meios mortos". (Camões) 2. Em "meio-dia e meia", "meia" concorda com a palavra "hora", oculta na expressão "meio-dia e meia (hora)". Essa é a construção recomendada pela maioria dos manuais de cultura idiomática. A construção "meio-dia e meio" também ocorre na fala; a forma "meio" permanece no masculino, por atração ou influência da forma masculina "meio-dia". 3. A palavra "meio" funciona como elemento de justaposição em "meias-luas", "meios-termos", "meios-tons", "meia-idade", etc.

13. Verbo transobjetivo + predicativo do objeto + objeto + objeto ... Verbo transobjetivo + objeto + objeto ... + predicativo do objeto

Verbo transobjetivo é o verbo que pede, além de um complemento-objeto, uma qualificação para esse complemento (= predicativo do objeto). Nesse caso, o predicativo concorda com o(s) objetos.
Verbo transobjetivo + predicativo do objeto + objeto + objeto ...
Julgou inocentes o pai e o filho
Considerei oportunasa decisão e a sugestão
Achei simpáticos a irmã e o irmão


Verbo transobjetivo + objeto + objeto ... + predicativo
Julgou o pai e o filho inocentes.
Considerei a decisão e a sugestão oportunas.
Achei a irmã e o irmão simpáticos


14. Casa, página (+ número) + numeral

Na enumeração de casas e páginas, o numeral concorda com a palavra oculta "número".Exemplos:Casa dois.Página dois.

15. Substantivo + é bom / é preciso / é proibido

Em construções desse tipo, quando o substantivo não está determindado, as expressões "é bom", "é preciso", "é proibido" permanecem no singular.Exemplos:Maçã é bom para a saúde.É preciso cautela.É proibido entrada.Observação: Quando há determinação do sujeito, a concordância efetua-se normalmente:É proibida a entrada de meninas.

16. Pronome de tratamento (referindo-se a uma pessoa de sexo masculino) + verbo de ligação + adjetivo masculino

Quando um adjetivo modifica um pronome de tratamento que se refere a pessoa do sexo masculino, vai para o masculino.Exemplos:Sua Santidade está esperançoso.Referindo-se ao Governador, disse que Sua Excelência era generoso.

17. Nós / Vós + verbo + adjetivo

Quando um adjetivo modifica os pronomes "nós / vós", empregados no lugar de "eu / tu", vai para singular.Exemplos:Vós (= tu) estais enganado.Nós (= eu) fomos acolhido muito bem.Sejamos (nós = eu) breve.

Concordância Verbal

Concordância Verbal

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com o seu sujeito.Ex.: Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser./ Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser.

Casos de concordância verbal:

1) Sujeito simples

Regra geral: o verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.Ex.: Nós vamos ao cinema.O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o sujeito (nós).

Casos especiais:
a) O sujeito é um coletivo- o verbo fica no singular.Ex.:A multidão gritou pelo rádio.
Atenção:
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram.
b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.
c) O sujeito é um pronome de tratamento- o verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio.
d) O sujeito é o pronome relativo que – o verbo concorda com o antecedente do pronome.Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café.
e) O sujeito é o pronome relativo quem- o verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome.Ex.: Fui eu quem derramou o café./ Fui eu quem derramei o café.
f) O sujeito é formado pelas expressões: alguns de nós, poucos de vós, quais de ..., quantos de ..., etc.- o verbo poderá concordar com o pronome interrogativo ou indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).Ex.: Quais de vós me punirão?/ Quais de vós me punireis?
Dicas:
Com os pronomes interrogativos ou indefinidos no singular o verbo concorda com eles em pessoa e número.Ex.: Qual de vós me punirá.
g) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural- se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a maior potência mundial.
h) O sujeito é formado pelas expressões mais de um, menos de dois, cerca de..., etc. – o verbo concorda com o numeral.Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
i) O sujeito é constituído pelas expressões a maioria, a maior parte, grande parte, etc.- o verbo poderá ser usado no singular ( concordância lógica) ou no plural (concordância atrativa).Ex.: A maioria dos candidatos desistiu./ A maioria dos candidatos desistiram.
j) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo)- o verbo poderá ser usado no singular ou plural se este vier afastado do substantivo.Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.

2) Sujeito composto

Regra geral: o verbo vai para o plural.
Ex.: João e Maria foram passear no bosque.

Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes- o verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.Ex.: Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos ( 1ª pessoa plural) amigos.O verbo ficou na 1ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.Ex: Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis ( 2ª pessoa do plural) amigos.O verbo ficou na 2ª pessoa porque esta tem prioridade sob a 3ª.
Atenção:
No caso acima, também é comum a concordância do verbo com a terceira pessoa.Ex.: Tu e ele se tornarão amigos.(3ª pessoa do plural)
Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.Ex.: Irei eu e minhas amigas.
b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por e - o verbo concordará com os dois núcleos.Ex.: A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
Atenção:
Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.Ex.: Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.
c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e estão no singular - o verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).Ex.: A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar.
d) Quando há gradação entre os núcleos- o verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo.Ex.: Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.
e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, tudo, ninguém... - o verbo concorda com o aposto resumidor.Ex.: Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões um e outro, nem um nem outro...- o verbo poderá ficar no singular ou no plural.Ex.: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram.
g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados por ou- o verbo irá para o singular quando a idéia for de exclusão e plural quando for de inclusão.Ex.: Pedro ou Antônio ganhará o prêmio. (exclusão)A poluição sonora ou a poluição do ar são nocivas ao homem. (adição, inclusão)
h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto...como/ assim...como/ não só...mas também, etc.) - o mais comum é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.Ex.: Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo./ Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.

Outros casos:
1) Partícula SE:
a- Partícula apassivadora: o verbo ( transitivo direto) concordará com o sujeito passivo.Ex.: Vende-se carro./ Vendem-se carros.
b- Índice de indeterminação do sujeito: o verbo (transitivo indireto) ficará obrigatoriamente no singular.Ex.: Precisa-se de secretárias.Confia-se em pessoas honestas.

2) Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito, ficarão sempre na 3ª pessoa do singular.Ex.: Havia sérios problemas na cidade.Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.Deve haver sérios problemas na cidade.Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
Dicas:
Os verbos auxiliares (deve, vai) acompanham os verbos principais.O verbo existir não é impessoal. Veja:Existem sérios problemas na cidade.Devem existir sérios problemas na cidade

3) Verbos dar, bater e soar
Quando usados na indicação de horas, têm sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...) e com ele devem concordar. Ex.: O relógio deu duas horas.Deram duas horas no relógio da estação.Deu uma hora no relógio da estação.O sino da igreja bateu cinco badaladas.Bateram cinco badaladas no sino da igreja.Soaram dez badaladas no relógio da escola.

4) Sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.Ex.: Ainda falta/ dar os últimos retoques na pintura.

5) Concordância com o infinitivo
a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração: - não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono.Ex.: Esperei-as chegar.- é facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for representado por pronome átono e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir e sinônimos).Ex.: Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos.- flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo.Ex.: Esperei saírem todos.
b) Infinitivo pessoal e sujeito oculto- não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.Ex.: Passamos horas a comentar o filme.(comentando)- é facultativa a flexão do infinitivo quando seu sujeito for idêntico ao da oração principal.Ex.: Antes de (tu)responder, (tu) lerás o texto./Antes de (tu )responderes, (tu) lerás o texto.- é facultativa a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e está indicado por algum termo do contexto.Ex.: Ele nos deu o direito de contestar./Ele nos deu o direito de contestarmos.- é obrigatória a flexão do infinitivo que tem seu sujeito diferente do sujeito da oração principal e não está indicado por nenhum termo no contexto.Ex.: Não sei como saiu sem notarem o fato.
c) Quando o infinitivo pessoal está em uma locução verbal- não se flexiona o infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal quando devida à ordem dos termos da oração sua ligação com o verbo auxiliar for nítida.Ex.: Acabamos de fazer os exercícios.- é facultativa a flexão do infinitivo sendo este o verbo principal da locução verbal, quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto.Ex.: Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidar e reclamar dela./Não devemos, depois de tantas provas de honestidade, duvidarmos e reclamarmos dela.

6) Concordância com o verbo ser:
a- Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO: o verbo ser ou parecer concordarão com o predicativo.Ex.: Tudo são flores./Aquilo parecem ilusões.
Dicas:
Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.Ex.: Aquilo é sonhos vãos.
b- O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos QUE ou QUEM.Ex.: Que são gametas?/ Quem foram os escolhidos?
c- Em indicações de horas, datas, tempo, distância: a concordância será com a expressão numéricaEx.: São nove horas./ É uma hora.
Dicas:
Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias pois subentende-se a palavra dia.Ex.: Hoje são 24 de outubro./ Hoje é (dia) 24 de outubro.
d- Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome.Ex.: Aqui o presidente sou eu.
Dicas:
Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.Ex.: Eu não sou tu
e- Se o sujeito for pessoa, a concordância nunca se fará com o predicativo.Ex.: O menino era as esperanças da família.
f- Nas locuções é pouco, é muito, é mais de, é menos de junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc, o verbo fica sempre no singular.Ex.: Cento e cinqüenta é pouco./ Cem metros é muito.
g- Nas expressões do tipo ser preciso, ser necessário, ser bom o verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis, (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto.Ex.: É necessário aqueles materiais./ São necessários aqueles materiais.
h- Na expressão é que, usada como expletivo, se o sujeito da oração não aparecer entre o verbo ser e o que, ficará invariável.Se aparecer, o verbo concordará com o sujeito.Ex.: Eles é que sempre chegam atrasados./ São eles que sempre chegam atrasados.

Crase

EMPREGO DA CRASE

Crase é a fusão (ou contração) de duas vogais idênticas numa só. Em linguagem escrita, a crase é representada pelo acento grave.
Exemplo:
Vamos à cidade logo depois do almoço.
a
|
prep. + a
|
art.

Observe que o verbo ir requer a preposição a e o substantivo cidade pede o artigo a.

Não é somente a contração da preposição a com o artigo feminino a ou com o pronome a e o a inicial dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo que passa pelo processo da crase. Outras vogais idênticas são também contraídas, visto ser a crase um processo fonológico. Exemplos:
leer - ler
door - dor


OBSERVAÇÕES: Lembre-se que:
Há - indica tempo passado.
Moramos aqui há seis anos
A - indica tempo futuro e distância.
Daqui a dois meses, irei à fazenda.
Moro a três quarteirões da escola.


Manhas:
Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:
I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer ao ou aos diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Temos amor à arte.
(Temos amor ao estudo)
Respondi às perguntas.
(Respondi aos questionário)
II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase:
Exemplos:
Contarei uma estória a você.
(Contarei uma estória para você.)
Fui à Holanda
(Fui para a Holanda)
III. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Iremos a Curitiba.
(Voltaremos de Curitiba)
Iremos à Bahia
(Voltaremos da Bahia)

Ocorrência da crase

1. Preposição a + artigos a, as:
Fui à feira ontem.
Paulo dedica-se às artes marciais.

OBSERVAÇÕES
a) Quando o nome não admitir artigo, não poderá haver crase:
Vou a Campinas amanhã.
Estamos viajando em direção a Roma.

No entanto, se houver um modificador do nome, haverá crase:
Vou à Campinas das andorinhas.
Estamos viajando em direção à Roma das Sete Colinas.

b) Ocorre a crase somente se os nomes femininos puderem ser substituídos por nomes masculinos, que admitam ao antes deles:
Vou à praia.
Vou ao campo.

As crianças foram à praça.
As crianças foram ao largo.

Portanto, não haverá crase em:
Ela escreveu a redação a tinta.
(Ela escreveu a redação a lápis.)

Compramos a TV a vista.
(Compramos a TV a prazo.)

2. Preposição a + pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:
Maria referiu-se àquele cavalheiro de terno cinza.
Depois nos dirigimos àquelas mulheres da Associação.
Nunca me reportei àquilo que você disse.

3. Na indicação de horas:
João se levanta às sete horas.
Devemos atrasar o relógio à zero hora.
Eles chegaram à meia-noite.

4. Antes de nomes que apresentam a palavra moda (ou maneira) implícita:
Adoro bife à milanesa.
Eles querem vitela à parmigiana.
Ele vestiu-se à Fidel Castro.
Ele cortou o cabelo à Nero.

5. Em locuções adverbiais constituídas de substantivo feminino plural:
Pedrinho costuma ir ao cinema às escondidas.
Às vezes preferimos viajar de carro.
Eles partiram às pressas e não deixaram o novo endereço.

6. Em locuções prepositivas e conjuntivas constituídas de substantivo feminino:
Eles vivem à custa do Estado.
Estamos todos à mercê dos bandidos.
Fica sempre mais frio à proporção que nos aproximamos do Sul.
Sentimos medo à medida que crescia o movimento de soldados na praça.


Principais casos em que não ocorre a crase

1. diante de substantivo masculino:
Compramos a TV a prazo.
Ele leva tudo a ferro e fogo.
Por favor, façam o exercício a lápis.

2. diante de verbo no infinitivo:
A pobre criança ficou a chorar o dia todo.
Quando os convidados começaram a chegar, tudo já estava pronto.

3. diante de nome de cidade:
Vou a Curitiba visitar uma amiga.
Eles chegaram a Londres ontem.

4. diante de pronome que não admite artigo (pessoal, de tratamento, demonstrativo, indefinido e relativo):
Ele se dirigiu a ela com rudeza.
Direi a Vossa Majestade quais são os nossos planos.
Onde você pensa que vai a esta hora da noite?
Devolva o livro a qualquer pessoa da biblioteca.
Todos os dias agradeço a Deus, a quem tudo devo.

5. diante do artigo indefinido uma:
O policial dirigiu-se a uma senhora vestida de vermelho.
O garoto entregou o envelope a uma funcionária da recepção.

6. em expressões que apresentam substantivos repetidos:
Ela ficou cara a cara com o assassino.
Eles examinaram tudo de ponta a ponta.

7. diante de palavras no plural, precedidas apenas de preposição:
Nunca me junto a pessoas que falam demais.
Eles costumam ir a reuniões do Partido Verde.

8. diante de numerais cardinais:
Após as enchentes, o número de vítimas chega a trezentos.
Daqui a duas semanas estarei em férias.

9. diante de nomes célebres e nomes de santos:
O artigo reporta-se a Carlota Joaquina de maneira bastante desrespeitosa.
Ela fez uma promessa a Santa Cecília.

10. diante da palavra casa, quando esta não apresenta adjunto adnominal:
Estava frio. Fernando havia voltado a casa para apanhar um agasalho.
Antes de chegar a casa, o malandro limpou a mancha de batom do rosto.
NOTA
Quando a palavra casa apresentar modificador, haverá crase:
Vou à casa de Pedro.

11. diante da palavra Dona:
O mensageiro entregou a encomenda a Dona Sebastiana.
Foi só um susto. O macaco nada fez a Dona Maria Helena.

12. diante da palavra terra, como sinônimo de terra firme:
O capitão informou que estamos quase chegando a terra.
Depois de dois meses de mar aberto, regressamos finalmente a terra.

Ocorrência facultativa da crase

1. antes de nome próprio feminino:
Entreguei o cheque à Paula. OU Entreguei o cheque a Paula.
Paulo dedicou uma canção à Teresinha. OU Paulo dedicou uma canção a Teresinha.
NOTA
A crase não ocorre quando o falante não usa artigo antes do nome próprio feminino.

2. antes do pronome possessivo feminino:
Ele fez uma crítica séria à sua mãe. OU Ele fez uma crítica séria a sua mãe.
Convidei-o a vir à minha casa. OU Convidei-o a vir a minha casa.
NOTA
A crase não ocorre quando o falante não usa artigo antes do pronome possessivo.

3. depois da preposição até:
Vou caminhar até à praia. OU Vou caminhar até a praia.
Eles trabalharam até às três horas. OU Eles trabalharam até as três horas.
Eu vou acompanhá-la até à porta do elevador. OU Eu vou acompanhá-la até a porta do elevador.
NOTA
A preposição até pode vir ou não seguida da preposição a. Quando o autor dispensar a preposição a, não haverá crase.
4. Nas expressões adverbiais femininas de instrumento:
O marginal foi ferido a/à bala.

Preposições

Preposição

Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo ao primeiro. Isso significa que a preposição é o termo que liga substantivo a substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a substantivo, advérbio a substantivo, etc. Só não pode ligar verbo a verbo: o termo que liga dois verbos (e suas orações) é a conjunção.
Exemplo: "Os alunos do colégio assistiram ao filme de
Walter Salles comovidos", teremos como elementos da oração os alunos, o colégio, o verbo assistir, o filme, Walter Salles e a qualidade dos alunos comovidos. O restante é preposição. Observe: "do" liga "alunos" a "colégio", "ao" liga "assistiram" a "filme", "de" liga "filme" a "Walter Salles". Portanto são preposições.
O termo que antecede a preposição é denominado regente e o termo que a sucede, regido.
Portanto, em "Os alunos do colégio...", teremos: os alunos = elemento regente; o colégio = elemento regido.

Preposições essenciais: Aquelas que só funcionam como preposição, são elas: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. Mas existe a contração de algumas palavras. Observação: Na linguagem informal, a preposição para reduz-se freqüentemente à forma pra.
a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em , entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.

Preposições acidentais
Aquelas que passaram a ser preposições, mas são provenientes de outras classes gramaticais, como: durante, afora, menos, salvo, conforme, exceto, como, que...
Exemplos:
Agimos conforme a atitude deles.
Conversamos muito durante a viagem.
Obtiveram como resposta um bilhete.
Ele terá que fazer o trabalho.
ela tem ´´que ´´chegar cedo na escola

Locução prepositiva
As locuções prepositivas são duas ou mais palavras que funcionam solidariamente como preposições. Sempre que há uma locução prepositiva, a segunda palavra do conjunto por si só é uma preposição. Existe uma infinidade de locuções prepositivas, segue alguns exemplos: "graças a"; "para com"; "dentro de"; "em frente a"; "perto de"; "por entre"; "de acordo com"; "em vez de"; "apesar de"; "a respeito de"; "junto de"; "por cima de"; "em cima de"; acerca de; a fim de; apesar de; através de; de acordo com; em cima de; em vez de; junto de; para com; à procura de; à busca de; à distância de; além de; antes de; depois de; à maneira de; junto a; a par de; entre outras.
As locuções prepositivas têm sempre como último componente uma preposição.



As preposições a, de, em e per unem-se a certas palavras formando um só vocábulo. Essa união pode ser por:

Combinação
Junção de algumas preposições com outras palavras, quando não há alteração fonética.
Ex: ao (a+o); aonde (a+onde).
Dá-se a combinação com:
- a preposição a + artigos definidos o, os.
Fomos ao teatro. (ao = a + o)
Os alunos responderam aos professores. (aos = a + os)
- a preposição a + advérbio onde.
Não vou aonde você vai.

Contração

Junção de algumas preposições com outras palavras, quando a preposição sofre redução.
Ex. do (de + o); neste (em + este); à (a + a)
Observação: Não se deve contrair a preposição "de" com o artigo que inicia o sujeito de um verbo, nem com o pronome "ele(s)", "ela(s)", quando estes funcionarem como sujeito de um verbo. Por exemplo, a frase "Isso não depende do professor querer" está errada, pois professor funciona como sujeito do verbo querer. Portanto a frase deve ser "Isso não depende de o professor querer" ou "Isso não depende de ele querer".

Dá-se a contração com as preposições:

De+artigos
de + o(s) = do(s)
de + a(s) = da(s)
de + um = dum
de + uma = duma
de + uns = duns
de + umas = dumas

De + pronome pessoal
de + ele(s) = dele(s)
de + ela(s) = dela(s)

De + pronomes demonstrativos
de + este(s) = deste(s)
de + esta(s) = desta(s)
de + esse(s) = desse(s)
de + essa(s) = dessa(s)
de + aquele(s) = daquele(s)
de + aquela(s) = daquela(s)
de + isto = disto
de + isso = disso
de + aquilo = daquilo

De + advérbios
de + aqui = daqui
de + aí = daí
de + ali = dali



De + pronome indefinido
de + outro(s) = doutro(s)
de + aoutra(s) = doutra(s)

Em + artigos
em + o(s) = no(s)
em + a(s) = na(s)
em + um = num
em + uma = numa
em + uns = nuns
em + umas = numas

A+ artigo feminino
a+ a(s) = à(s)

A + pronomes demonstrativos
a+ aquele(s) = àquele(s)
a+ aquela(s) = àquela(s)
a+ aquilo = àquilo

Per + artigos
per + o(s) = pelo(s)
per + a(s) = pela(s)


Em + pronomes demonstrativos
em + este(s) = neste(s)
em + esta(s) = nesta(s)
em + esse(s) = nesse(s)
em + essa(s) = nessa(s)
em + aquele(s) = naquele(s)
em + aquela(s) = naquela(s)
em + isto = nisto
em + isso = nisso
em + aquilo = naquilo


Circunstâncias

As preposições podem indicar diversas circunstâncias:
Lugar = Estivemos em Lisboa.
Origem = Essas maçãs vieram do Japão.
Meio = Apanhou de chinelo
Posse = Recebeu a herança do avô.
Matéria = Comprei roupas de lã.
Valor = Camisa de dez Euros.
Autoria = Quadro de Leonardo da Vinci.
Tempo = Eu cheguei em ponto/ A favor da maioridade penal aos 16 anos. (Observação: o aos tem valor de : a partir de..)
Modo = Chegar aos gritos.
Causa = Tremer de frio.
Assunto = Falar sobre política.
Fim ou finalidade = Vir em socorro.
Instrumento = Escrever a lápis.
Companhia = Sair com os amigos.
Oposição = O Flamengo jogou contra o Fluminense.
Conteúdo = Copo de (com) vinho.
Preço = Livro de seis reais.
Destino = Ir a Roma.
Distância = Parar a três passos da porta.
Limite =Ir até a escola.